Olho d'água, v. 5, n. 2 (2013)

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Por uma poética da falta: uma leitura de Numeral, de Armando Freitas Filho

Marcio Renato Pinheiro da Silva

Resumo


Este artigo é dedicado à série poética Numeral, do poeta carioca Armando Freitas Filho. Surgida em Máquina de escrever (2003) e, a partir daí, recorrente às publicações subsequentes do poeta (Raro mar, de 2003, e Lar, de 2009), Numeral se caracteriza pela tematização do corpo e do próprio escrever por meio de poemas escritos em série, numerados (em vez de intitulados) a partir da ordem cronológica em que foram compostos. Interessa, a este artigo, uma reflexão sobre este entrelaçamento entre escrita e corpo em conjunção com o processo de serialização em si, em especial, no que compete à sua incidência sobre o presente. Isto, porque, ao ser sistematicamente enunciado nos poemas como aquilo que lhes falta, bem como subjacente ao modo de composição em série, este presente acaba fomentando uma reflexão sobre a própria contemporaneidade naquilo que a configura como relação particular com o tempo.

 

This paper aims at analyzing the poetic series Numeral, written by the Brazilian poet Armando Freitas Filho. First published in Máquina de escrever (Typewriter, 2003) and, after that, also in Raro mar (Rare sea, 2006) and Lar (Home, 2009), Numeral consists of a hundred poems about the body and the act of writing, numbered (instead of entitled) according to the chronological order of their composition. This article discusses the connection between body, writing and the serialization process, especially, the relationship between this process and the present time. Subjacent to the serialization process of composition, the poems enunciate the present as lack, fomenting a reflection on Contemporaneity as a singular experience of time.


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