Olho d'água, v. 3, n. 2 (2011)

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Na contra-mão do saber: caminhos da subjetividade em Desonra, de J. M. Coetzee de

Gracia Regina Gonçalves

Resumo


Na esteira do pensamento pós-estruturalista, os estudos de gênero vieram questionar a construção da subjetividade relativamente aos papéis desempenhados pelo indivíduo dentro de seu código social. Esse fenômeno tem implicado uma hierarquia que, ao estabelecer privilégios, por exemplo, no caso do masculino, por outro lado, solidificava deveres; ou ao imputar deveres, tais como a maternidade, mascarava-os em mito. Paralelamente, a literatura contemporânea tem acompanhado, ou mesmo antecipado, uma crise na identificação desses papéis, que se tornam constitutivos da personagem-homem ou mulher. No processo de deslizamento que caracteriza o sujeito, não se pode desconsiderar o seu contexto sócio-cultural, no qual o poder dita e/ou segue regras ao longo do tempo. Neste trabalho, pretendo focalizar a reversão de papéis de gênero na constituição das personagens de Desonra (1999) de J. M. Coetzee. Acredito que a obra suscite uma reflexão profunda sobre as noções de masculino e feminino, uma vez enquadrados numa sociedade nuclear pós-colonial da África do Sul, levantando a banalização das categorias cada vez mais disseminadas no século atual. Estudos de Judith Butler, Michel Foucault, Michael Pollak, entre outros, compõem o aparato teórico desta reflexão.


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