Olho d'água, v. 13, n. 1 (2021)

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

A escritora e o exegeta: o conúbio sagrado em Osman Lins

Ana Cecilia Agua de Melo

Resumo


RESUMO: Este artigo pretende discutir A rainha dos cárceres da Grécia, de 1976, a última obra de ficção publicada pelo escritor pernambucano Osman Lins. Concebido na forma de diário, em que, à maneira borgiana, um professor de meia-idade se dedica a dissecar os manuscritos inéditos (um romance, a que faz referência o título A rainha […]) de sua amante já falecida, o livro pode ser tomado como uma espécie de ponto privilegiado de observação de algumas das ideias de Osman sobre o ofício de escrever e a obra literária. A romancista e seu exegeta comporiam, fundidos, um retrato possível do escritor no contexto brasileiro da década de 1970. Uma obra contemporânea de Clarice Lispector, A hora da estrela (1978), e um manifesto de João Antônio, “Corpo a corpo com a vida” (1987), ajudam a iluminar esse retrato.
ABSTRACT: This article aims to discuss A rainha dos cárceres da Grécia (1976), Osman Lins’s last work of fiction. Written as a journal, in Jorge Luis Borges style, in which a middle-aged teacher tries to analyse his deceased lover’s manuscript (in fact, a novel entitled A rainha dos cárceres da Grécia), the book can provide a great vantage point on some of Osman’s conceptions about the craft of fiction and the literary work. The woman novelist and her exegete form, together, a portrait of the writer in the Brazilian context of the seventies. A contemporary work by Clarice Lispector, A hora da estrela (1978), and a manifest by João Antônio, “Corpo a corpo com a vida” (1987), help to illuminate such a portrait.

Texto Completo: PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 3.0 License.