Olho d'água, v. 12, n. 1 (2020)

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“Nebulosa e retumbante”: notas sobre as Badaladas do Dr. Semana

Vítor da Rosa

Resumo


O presente artigo se propõe a refazer a trajetória editorial das crônicas publicadas

originalmente na coluna “Badaladas” da revista Semana Ilustrada (1860-1876) sob o pseudônimo Dr. Semana. Em ocasião do recente lançamento de Badaladas do Dr. Semana, volume organizado por Sílvia Maria Azevedo no qual defende a atribuição de grande parte da série a Machado de Assis, o artigo procura responder como a pesquisadora desafia, com tal atribuição, alguns dos nomes consolidados da crítica machadiana, a exemplo de Lúcia Miguel Pereira, José Galante de Sousa e Raimundo Magalhães Júnior. Mas também como a pesquisadora se vale de uma série de pistas e de procedimentos de atribuição autoral que estes mesmos críticos deixaram como legado. No caso dessas “Badaladas”, as duas principais complicações para uma atribuição segura da autoria se referem, por um lado, à escassez, ou quase inexistência, de provas materiais que liguem Machado de Assis a esse grande conjunto de textos, assim como pela natureza do pseudônimo Dr. Semana, que era usado não só pelo autor de Dom Casmurro, mas por diferentes cronistas do periódico, controvérsia que é tratada pelo artigo em segundo momento, com o auxílio de depoimentos de outros pesquisadores machadianos, como John Gledson e Lúcia Granja.

 

This article proposes an editorial rebuilding on the chronicles originally published in the Semana Ilustrada (1860-1876) magazine's column "Badaladas" under the pseudonym Dr. Semana (Dr. Week). By the recent launching of Badaladas do Dr. Semana (Dr. Semana's Badaladas), a volume organized by Sílvia Maria Azevedo that defends a large part of the serie's autorship to be attributed to Machado de Assis, the article seeks to respond how, by doing so, Azevedo challenges some of the most consolidated scholars in Machado's studies, as Lúcia Miguel Pereira, José Galante de Sousa and Raimundo Magalhães Júnior. At the same time however, Azevedo makes use of several clues and procedures for autorship application that these very same researchers developed and left by as a legacy. In this particular Badaladas' case, the two main intricacies for an ultimate authorship attribution are the almost non existence of material evidence to link Machado de Assis to this large set of texts, as well as the nature of the pseudonym Dr. Semana, which was used not only by Dom Casmurro's author but also by other writers of the same magazine. The pseudonym controversy is adressed in a second moment of this article with the aid of other Machado's researchers works, such as John Gledson and Lúcia Granja.


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