Olho d'água, v. 10, n. 2 (2018)

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A língua é um cavalo: traduzir Clarice Lispector

Roberto Francavilla

Resumo


O artigo propõe um duplo percurso de estudo – de um lado realiza a valoração crítica das causas que contribuem para favorecer, ou impossibilitar o fluir de edições, a presença interna do mercado editorial e a recepção de obras da literatura brasileira fora do Brasil e, no caso estudado, na Itália: das antigas consequências da hierarquia das línguas às políticas institucionais com as quais a cultura brasileira é exportada na dimensão da literatura mundial; à verificação das inclusões e das exclusões de um corpus em constante redefinição à consagração global de paradigmas desvinculados da identidade histórico-cultural do país latino americano. Como segundo percurso, por outro lado, se analisa um caso relativo à obra de Clarice Lispector, apresentando uma breve história das traduções e da recepção na Itália, incluída a disseminação, em entradas múltiplas, e um caso de tradução de divulgação popular. Depois de traçar um percurso de aprofundamento dos aspectos mais intimamente ligados às questões da língua (relação com o cânone linguístico, “conquista” de uma língua exógena, manutenção dos traços maternos vinculada à origem ucraniana) se realiza uma análise da experiência tradutória e de seus revezes empíricos, escolhendo como campo de pesquisa o romance Água viva. Se observa, particularmente, como uma poética elaborada pela própria escritora (a hipótese do “olhar oblíquo” com o qual se realiza uma estratégia de aproximação ao mundo e à alteridade) possa conduzir, paralelamente, à transposição do texto em uma segunda língua, no caso o italiano.

 

L’articolo si propone un doppio percorso: da un lato una valutazione critica delle concause che favoriscono o, viceversa, precludono i flussi di edizione, la presenza all’interno del mercato editoriale e la ricezione di opere della letteratura brasiliana fuori dal Brasile e, nella fattispecie, in Italia: dalle annose conseguenze della gerarchia delle lingue alle politiche istituzionali con cui la cultura brasiliana viene esportata nella dimensione della letteraturamondo; dalla verifica delle inclusioni e delle esclusioni di un corpus in costante ridefinizione alla consacrazione globale di paradigmi svincolati dall’identità storico-culturale del paese latino-americano. In seconda battuta, si sceglie di analizzare un caso di studio quale è l’opera di Clarice Lispector descrivendone una breve storia delle traduzioni e della ricezione in Italia, compresa la disseminazione in “plurime voci” e un caso di impropria vulgata. Dopo aver tracciato un percorso di approfondimento degli aspetti più intimamente legati alla questione della lingua (rapporto con il canone linguistico, “conquista” di una lingua esogena, mantenimento della traccia materna vincolata alle origini ucraine) si procede con un’analisi dell’esperienza traduttoria – compresi i suoi risvolti empirici – prendendo come campo di indagine il romanzo Acqua viva. In particolare si osserva come una poetica elaborata dalla scrittrice stessa, ovvero l’ipotesi dello “sguardo obliquo” con cui si attua una strategia di avvicinamento al mondo e all’alterità possa condurre, parallelamente, alla resa del testo in una lingua seconda, in questo caso l’italiano.


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