Olho d'água, v. 9, n. 1 (2017)

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A morte como recurso para o não dito em Memórias Póstumas de Brás Cubas

Josiane Borges Soares, Magda Medianeira de Mello

Resumo


RESUMO: O presente artigo teórico tem por objetivo percorrer o tema da morte como recurso para o não dito, por parte do protagonista, Brás Cubas, na obra machadiana: Memórias póstumas de Brás Cubas. Esta pesquisa, de cunho exploratório e qualitativo, com aporte teórico-literário e psicanalítico, buscou retratar o tema da morte, através dos interlaços entre a Psicanálise e a Literatura. Os resultados indicam que o fenecimento permitiu ao protagonista um valor simbólico que não obteve em vida e lhe autorizou um discurso em primeira pessoa. Conclui-se que o não dito é interpretado pelo leitor. Este cria, a partir de sua subjetividade, uma obra, aceitando uma linguagem única. Esta não revela algo desintrincado, mas que permite ao sujeito colocar em palavras algo de sua singularidade.

 

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Machado de Assis; Memórias Póstumas de Brás Cubas; Morte; Psicanálise.

 

ABSTRACT: This paper analyzes the theme of death as a resource to the unspoken used by the protagonist of Memórias Póstumas de Brás Cubas, by Machado de Assis. By using literary theory and psychoanalysis as a theoretical framework, this research shows that Brás Cubas’ death gave him a symbolic value he did not get in life and alloweed him to narrate in first person. This study concludes that the unsaid is interpreted by the readers, so each of them creates, from his/her subjectivity and uniqueness, a work by accepting a divergent language, which does not reveal something linear, but allows the subject to put into words something unique.

 

KEYWORDS: Death; Literature; Machado de Assis; Psycoanalysis; The Posthumous Memoirs of Brás Cubas.


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