Olho d'água, v. 7, n. 2 (2015)

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A palavra como isca. Traduzir Clarice Lispector

Elena Losada Soler

Resumo


O presente artigo tem por objetivo analisar soluções de tradução para dois trechos de A maçã no escuro, de modo a demonstrar as dificuldades da tradução de uma língua de origem para a língua de destino, sem desrespeitar as características essenciais do texto original. Como sabemos, Clarice Lispector constrói um texto pautado pela experimentação com a linguagem e pelo uso de combinações sintáticas e figurativas insólitas, que levam a língua portuguesa a ultrapassar os limites até então postos pela língua literária. Esse gesto reflexivo, no que concerne à linguagem, acaba por construir uma dificuldade no processo de transposição para outra língua. Reconhecendo que a tradução é uma recriação do texto original, propomos uma reflexão sobre os modos de constituir, para a língua espanhola, uma prosa capaz de recriar o caráter de estranheza dos textos de Clarice Lispector, respeitando a criação literária da autora brasileira.

 

This article analyzes possible translations for two excerpts from The apple in the Dark, in order to highlight the problems emerged in the translational process such as keeping or not the essential characteristics of the original text. Clarice Lispector texts are guided by language experimentation, and by the use of syntactic and figurative unusual combinations, which allow Portuguese to overcome the boundaries imposed by literary language. Concerning language, this reflexive movement is responsible for the problems in the process of translation. Recognizing translation as a reconstruction of the original text, we suggest a reflection about how to build a prose, in Spanish, able to reconstruct the strangeness found in Clarice’s works, regarding her literary creation.


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