Olho d'água, v. 5, n. 2 (2013)

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La morte del signor Palomar: Pensiero debole e dimensione postuma della letteratura in Italo Calvino

Maria Gloria Vinci

Resumo


O melancólico personagem Palomar, que dá título ao romance homônimo escrito por Italo Calvino, numa tentativa anti-antropocêntrica de abolir o mundo em sua própria visada e de deixar as coisas falarem para além das palavras, realiza o exercício filosófico da melete thanatou, o de aprender a morrer. A consciência da mortalidade transforma a própria experiência da realidade, que não mais se configura nos termos de um grund metafísico, de um princípio estável do mundo, mas se dá na forma do fragmento, da pulverização, da justaposição não relacionada de coisas e experiências sobre as quais a razão não é mais capaz de impor uma ordem por meio de modelos e mapas. Se no plano epistemológico a perplexa reserva em face dos métodos dedutivos e do uso dos modelos fortes e unificados aproxima a experiência cognoscitiva de Palormar da filosofia do “pensamento fraco”, tal como formulada por G. Vattimo e P. A. Rovatti (VATTIMO; ROVATTI, 1983), no plano propriamente literário tal debilidade se traduz na renúncia à literatura como projeto racional de amplo espectro, capaz de desafiar o labirinto de um mundo cada vez mais complexo e multiforme. A encenação e a efetiva morte de Palomar abrem, acreditamos, uma perspectiva privilegiada através da qual se pode interpretar o Calvino do final dos anos setenta e dos anos oitenta, isto é, aquele que d’O castelo dos destinos cruzados até Palomar mesmo é forçado a mover-se em uma dimensão agora póstuma da literatura, na qual, com o «colapso da poética» (C. BENEDETTI, 1998), não resta ao escritor senão satisfazer a própria pulsão necrófila, citando textos de outros e reciclando materiais de uma tradição literária agora morta.

 

Il malinconico personaggio di Palomar che dà il titolo all’omonimo romanzo scritto da Italo Calvino, nel tentativo anti-antropocentrico di abolire il mondo nel proprio sguardo e di lasciar parlare le cose al di là delle parole, compie l’esercizio filosofico della melete thanatou, ossia dell’apprendere a morire. La coscienza della mortalità trasforma la propria esperienza della realtà, che non si configura più nei termini di un grund metafisico, di un principio stabile del mondo, bensì si dà nella forma del frammento, del pulviscolo, della giustapposizione irrelata di cose ed esperienze, su cui la ragione non è più in grado di imporre un ordine attraverso modelli e mappe. Se sul piano epistemologico la perplessa riservatezza di fronte ai metodi deduttivi e all’uso di modelli forti e unificanti avvicina l’esperienza conoscitiva di Palomar alla filosofia del «pensiero debole», così come formulata da G.Vattimo e P.A.Rovatti (VATTIMO; ROVATTI, 1983), sul piano propriamente letterario tale debolezza si traduce nella rinuncia alla letteratura come progetto razionale di ampio respiro, in grado di sfidare il labirinto di un mondo sempre più complesso e multiforme. La messa in scena e l’effettiva morte di Palomar aprono, secondo noi, una prospettiva privilegiata attraverso cui può essere interpretato il Calvino della fine degli anni Settanta e degli anni Ottanta, quello, cioè, che da Il castello dei destini incrociati a Palomar stesso, è costretto a muoversi in una dimensione ormai postuma della letteratura, in cui, con il «crollo delle poetiche» (C. BENEDETTI, 1998), non resta allo scrittore che soddisfare la propria pulsione necrofila, citando testi altrui e riciclando materiali di una tradizione letteraria ormai morta.


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